Hank Murdock encontrava-se deitado em uma cama de beliche pouco confortável de sua cela, ao seu redor via-se uma pia pequena com um espelho simples, um pequeno baú fora dado a ele para guardar suas coisas já que, diferente dos outros, não estava ali contra sua vontade, não era uma cela luxuosa, mas também não era nada ruim comparado ao que o esperava lá fora...
Tentou se levantar para pegar seu notebook, mas bateu a cabeça na cama de cima, praguejou alguma coisa e colocou a mão no local da batida
“Isso vai ficar marca” pensou esfregando a mão de vagar.
Levantou-se novamente dessa vez com mais cuidado, pensou em pegar de novo seu notebook quando ouviu o som da porta se destrancando.
Ficou pensando quem seria enquanto rapidamente colocava uma mascara preta que só deixa à mostra um pedaço do nariz a boca o queixo e mais acima os olhos.
Ouvira alguém dizer para abrir a cela 57. Era sua cela. Mas Hank conhecia aquela voz, levou apenas alguns segundos para sua mente ligar a voz ao poderoso...
- Coronel Pontes? – ainda estava meio espantado com a visita repentina de uma pessoa tão importante na corporação. A mais importante da corporação. Levantou-se batendo continência – Fiz alguma coisa errada?
Por que outro motivo aquele homem negro poderoso e bem vestido estaria parado ali na cela daquele ex-cadete da corporação Nexus.
- Não sei filho, fez? – indagou o coronel em tom simpático – acho meio difícil estando o senhor ai nesta cela.
Hank deu uma relaxada, não estava para condená-lo seja lá o porquê, faltava agora saber realmente oque o faria sair de sua sala falar com um simples cadete com poderes eletromagnéticos, será que viera pedir para trocar a instalação de sua sala?
Afastou os pensamentos idiotas da cabeça e perguntou.
- A que devo a honra de sua visita coronel? – apressou-se a perguntar ainda meio vacilante – provavelmente não veio apenas por o papo em dia.
- Não dessa vez – respondeu o coronel com sorriso no rosto, ainda não sabia o porquê mais fora com a cara daquele sujeito mascarado que se encontrava parado a sua frente. – Pode tirar a mascara Sr Murdock, sua identidade estará segura comigo.
- Claro – disse Hank tirando a mascara e passando a mão no cabelo bagunçado. – foi só uma medida de precaução, por favor, não fique ai na porta senhor
Afastou se da entrada da cela para dar passagem ao corpo grande do general.
- Obrigado agente – disse entrando e se sentando num banquete entre a pia e a cama. – infelizmente meu tempo é curto Sr Murdock- adiantou-se – Tenho conhecimento de suas habilidades e precisamos delas.
- Me querem em campo é isso? – Resumiu Hank.
Deu uma olhada pela cela. Depois de pensar um pouco disse
- Me vejo obrigado a aceitar. Com uma condição.
Sentou na cama, olhou nos olhos do diretor tomou fôlego para falar, mas fora interrompido pelo mesmo
- Quer voltar para a cela assim que acabar, evitando assim que seja preso pela corporação Omega Bolt. Imaginei que fosse dizer isso.
Hank congelou. Mas o espanto durou pouco tempo. Óbvio que ele sabia sobre essa estranha organização da qual ele roubara o soro que o transformaria pouco depois, de uma forma que ele só poderia definir como dolorida, em uma arma de raios quase inesgotável.
Hesitou por um segundo. Mas logo vira que era a coisa mais certa a fazer.
- Aceito – estendeu a mão para o diretor que a apertou com um sorriso sarcástico no rosto.
- Sabia que aceitaria – disse o diretor com um tom de voz triunfante – Se bem que não era bem uma opção que você tinha senhor Murdock.Se não aceitasse sua segunda opção seria uma transferência para as instalações da Omega Bolt.
HAnk ergueu a sobrancelha - como fazia quando tentava entender alguma coisa- depois abriu um sorriso.
- Como não me resta muito tempo – concluiu o diretor – Aqui esta um relatório rápido da missão.
Deixou a pasta em cima do baú. Levantou-se para sair, parou de repente como se uma parede invisível o impedisse de passar. Virou se para Hank que ainda se encontrava meio atônito com tanta coisa nova acontecendo em um dia só.
- Quando voltar verei oque pode ser feito com o senhor em relação a essa organização que você tanto teme.
- Obrigado coronel. – gaguejou Hank.
-Esteja na sala de teletransporte em quinze minutos Sr. Murdock. Não se atrase
- Estarei lá senhor.
Bateu uma continência desajeitada e voltara a se sentar. Não tinha idéia do que o destino guardava para ele.
...
Após a reunião na sala do diretor. Lugh voltou para seu dormitório, estava sozinho. Pegou o telefone procurou por Hans e discou
O telefone chamou três vezes quando atendeu disse de forma simples e rápida
- Agente Lugh. Dormitório 73 Setor 13. – Esse era o código para encontrar-se com Hans com urgência.
Mal terminara de colocar o telefone no gancho Hans Kürl estava ali parado em frente à porta.
Quem não o conhecesse levaria certamente um susto ao ver aquele homem de pele branca, cabelos loiros e olhos azuis simplesmente aparecer no quarto.
- Hoje em dia as pessoas podem mandar e-mails, Agente Lugh – iniciou Hans com um sorriso no rosto. – Tinha até me desacostumado com o velho código.
Lugh riu. Fazia alguns anos que Hans saiu do corpo de agentes especiais onde serviram juntos para estudar engenharia genética.
- Sabe que nao te chamaria por nada. É algo que vai te interessar.
Os olhos de Hans brilharam.
- Tenho precisado mesmo de um pouco de ação. –lembrou se o teleportador. – oque tem para mim?
- Para nós, amigo. Acredito que deva conhecer a tenente Jones.
- Sarah Jones? Sim, sim. Me lembro, uma bela mulher.
- Há um mês – continuou Lugh – sua equipe se encarregou de uma missão enquanto ela fora enviada outra. Em resumo, a missão deles corre risco e nos iremos ajudar.
- Tentador. Quem mais irá conosco? –perguntou
- Um ex-agente se não me engano. Que possuiu poderes assim como você. - confirmou o atirador.
- Mesmo? Isso tira todo meu charme de herói.
Sentou-se na cama desapontado.
-Não esquenta – Disse Lugh andando em direção a um baú. - Ele é jovem não tem a experiência que você tem. Lembra aquela missão no universo L-546?
- E tem como esquecer? – um largo sorriso desenhou no rosto do alemão. - Acharam que uma portinha de aço trancada por dentro nos impediria de entrar e salvar os reféns.
- Me impediu por alguns minutos. Até você entrar lá explodir a porta pelo lado de dentro. Tive sorte, por pouco não me acerta. – lembrou Lugh secamente.
- Pena que o guarda que estava na sua cola não teve tanta sorte. – ressentiu Hans ainda com um sorriso no rosto. – Você ainda guarda aquele pedaço de ferro?
- Com sangue e tudo – assegurou Lugh jogando uma chapa de ferro enferrujado no colo de Hans.
Hans estudou o pedaço de ferro velho por uns segundos em seguida apontou para uma pequena mancha quase fundida com a ferrugem do metal.
- É olha ela aqui.
Caíram na risada por um longo tempo, submersos em suas lembranças.
Conversaram por mais um tempo até que Hans olhasse no relógio, faltava apenas trinta minutos.
Quando Hans se encontrava perto de se teleportar para seu laboratório, virou-se para Lugh e perguntou
- Mas oque o levou a indicar meu nome para essa missão Lugh?
- É um fato engraçado. Por mais que eu quisesse voltar a campo com você, não fui eu que te indiquei, e sim Sarah.
Hans fitou-o por alguns segundos. Depois deram outra risada. Lugh conheçia a fama de galã de Hans corporação a fora
-Já vejo onde essa missão acabara – preveu Lugh.
Hans não respondeu. Desapareceu, dali a alguns segundos estava de volta com um óculos escuro na cabeça.
- Então – disse com um brilho nos olhos - Quando partimos?
- Daqui a uma hora ligeirinho. Ainda temos tempo. Quero que veja uma coisa. – disse Lugh apontando para um computador encostado em uma escrivaninha no canto do dormitório.
...
Quando Sarah chegou à sala de teletransporte todos já estavam lá.
Hank estava sentado em cima de uma bancada conversando com o teleportador enquanto Lugh conversava alguma coisa com o Dr. Kosvodin.
Quando anunciou sua presença todos andaram em sua direção.
- Tenente Jones. – adiantou-se Hans – Agradeço o convite. Como eu disse ao Agente Lugh, eu estava mesmo precisando de um pouco de ação.
- Pareceu uma criança quando ganha um brinquedo novo. – caçoou Lugh.
- A vida de cientista é boa, mas sou um homem de ação. - continuou Hans lançando um olhar de censura para Lugh
- Dei uma olhada na sua ficha Sr. Kürl. De fato impressionante
- Me chame de Hans. – pediu o teleportador. – Não gosto de formalidades.
Sarah corou, ia dizer alguma coisa, quando se separou com a imagem do coronel entrando na sala.
- Boa tarde senhores, Bom ver que já estão todos aqui, inclusive o senhor, Senhor Murdock. A propósito, gostei do uniforme.
Hank esboçara um sorriso por detrás da mascara, usava um uniforme preto com dois raios vermelhos saindo das laterais terminando no peito, qualquer outro detalhe, como os fechos do cinto e da bota também eram em vermelho.
Sarah deu um passo em direção ao coronel. Seus olhos tinham um brilho diferente do habitual. Quase pareceido com o de Max.
- Senhor. Peço permissão para partir imediatamente.
- Permissão concedida Comandante Jones.
Sarah ficou imóvel. Não sabia oque dizer. Fora promovida a comandante, travara um combate psicológico interno.
Estava alegre pela promoção, precisava contar para Max, Erick ou Chang, no entanto, os mesmos se encontravam em perigo, teria que se controlar.
Respirou fundo, manteve a postura e agradeceu com um aceno de cabeça a confiança dada a ela pelo general.
Despediu-se do Dr. Kosvodin e subiu na maquina de teletransporte. Os outros a seguiram em um silencio respeitoso.
De novo os hábeis dedos do velho cientista russo entraram em ação, de tal forma que dez segundos depois já tinham desaparecido rumo a sua viagem hexa-dimensional.
...
A viajem Hexadimensional, por mais importante que fosse, durava apenas uma fração de segundos, mais rápido que um piscar de olhos.
Hank teve a sensação de terem jogado ele na superfície do sol.
Olhou em volta e tudo que via era areia, dunas de areia e bancos de areia. Vez ou outra uma casinha destruída.
O sol queimava sobre suas cabeças. Lugh e Hans tiraram seus capacetes- acessório dado a todo agente especial da corporação - devido ao calor a qual não eram acostumados
Lugh e Hans tomaram à dianteira. Deram uma rápida olhada em volta, Hans para espanto de Hank, desapareceu do campo de visão dele reaparecendo depois varias vezes em lugares diferentes.
- Ele podia avisar quando vai sumir assim – praguejou Hank.
Lugh deu uma risada abafada.
- Você se acostuma. – tranqüilizou – Imagine como é dividir o dormitório com esse cara.
Hank deu uma risada, mas não durou muito tempo, no mesmo instante Hans reapareceu do seu lado, assustando de novo o jovem herói para a diversão de Lugh.
- A área esta ocupada – se adiantou Hans. – Tem um acampamento a leste. Duvido que seja militar.
- Rebeldes... – supos Sarah. – Podem nos ajudar. Por hora vamos procurar ficar fora de vista. Não precisamos de contratempos. Encontrou alguma outra coisa?
Hans balançou a cabeça negativamente.
Hank já recuperado do susto tentou dizer alguma coisa quando o barulho de um tiro ecoou pelo deserto.
-Protejam-se! – ordenou Sarah.
Era inútil, para todo lado que olhavam só via areia. Hans sacou uma pequena pistola em seu coldre, teletransportou-se para a direção que viera o tiro.
Ouviram um único tiro, em seguida Hans reapareceu perto deles. Uma pequena fumaça saia da extrimidade do cano.
- Acho que não temos saída – disse com tranqüilidade.
Pouco depois, ouviram o som de alguns carros freando sob a areia. Seis soldados armados apareceram sobre uma duna de areia. O reflexo do sol impedia a visão nítida de seus rostos.
- Abaixem as armas – Gritou um deles. Falava em inglês – Identifiquem-se
Sarah com tranqüilidade abaixou um pouco sua pequena metralhadora.
- Comandante Sarah Jones – começou – comandante da equipe de resgate Nexus 44.
-Nexus? – ouviu-se uma voz familiar atrás do soldado, um vulto abriu caminho entre eles- Pensei que não ouviria esse nome tão cedo novamente.
O homem continuou andando até que Sarah pudesse ver claramente seu rosto.
- Chang?
Sarah ficou um tempo olhando para o rosto daquele chinês de cabelos longos e pele amarelada.
Os soldados estavam confusos. Até Chang dizer
- Senhores, acompanhem esse grupo até nosso acampamento, não é seguro conversarmos aqui.
...
Hank, Lugh e Hans entraram em um carro, acompanhados de dois outros homens. Sarah entrara no carro de Chang junto com outros três homens. Foram escoltados em uma parte do caminho por outros dois carros grandes.
Andaram por cerca de uma hora até que se pode avistar um acampamento ao longe
Pararam em frente ao portão. Era praticamente um forte. Cercado por um muro alto, reforçado por cercas elétricas e guardas de vigia.
Passaram por um portão protegido por uma guarita e dois guardas armados na frente.
- Não disse que tínhamos visitas. -disse Chang para o guarda da esquerda ao passar entre eles. – onde esta o Paladino?
- No Hangar senhor. – informou o guarda sem sair de sua posição.
- Não sei porque ainda pergunto.
Passaram pelo portão e pararam em frente a uma guarnição. Chang pediu a um dos guardas que fosse chamar o Paladino no Hangar. Assim que o homem partiu continuaram andando.
Permaneceram em silencio por toda viajem ao forte, com exceção de Hank que vez ou outra comentava alguma coisa com Hans que só respondia com um leve sorriso.
Passaram por um conjunto de dormitórios e uma garagem com alguns carros de modelo militar. Finalmente chegaram a uma tenda grande com outros dois guardas parados à porta que deram passagem ao ver Chang se aproximar.
A primeira impressão de dentro da tenda era de um QG militar, uma mesa no centro, continha diversos papeis e mapas dos mais variados tamanhos. Um computador no canto direito junto a um radar e um aparelho de radiocomunicação.
Sarah sabia a quem pertenciam aqueles instrumentos, oque a levou a fazer a primeira pergunta.
Tomou fôlego para falar, mas fora impedida por um movimento de mão de Chang.
- Só peço que aguarde um minuto Sarah, só com Drake aqui poderei responder a todas as suas perguntas. Olhe ele ai.
Drake entrou na tenda, um homem alto de cabeça achatada e sem cabelos, algumas cicatrizes marcava o rosto daquele homem. Aproximou-se de Chang que com um aceno de cabeça do capitão, puxou um banco e se sentou.
- Senhores, esse é Drake Hammond, mercenário e guerrilheiro conhecido como Paladino Negro. Já devem imaginar o porque.
- É um prazer, sou Sarah Jones, comandante da equipe de resgate Nexus 44, a minha esquerda, Agente especial Lugh McLir, e a minha direita, o Engenheiro químico alemão e também agente especial, Hans Kürl e o jovem agente Hank Murdock, ambos possuem faculdades especiais
- Poderes. - Explicou Hank de forma sucinta. – eu posso gerar rajadas elétricas enquanto Hans pode se mover de um lugar ao outro usando oque chamamos de hexadimensão.
Chang ouvira aquela explicação com uma atenção especial. Perdera-se em um pensamento que só foi interrompido por Sarah que não se conteve de curiosidade.
- Chang. Agora preciso que você me relate oque houve no decorrer de sua missão.
A expressão facial de Chang mudou. Um silencio perturbador se manteve na tenda até que Chang começou a falar
- Acho melhor você se sentar, é uma longa historia. – avisou.
Sara sentou-se em um banco perto da mesa central. Dali não sairia enquanto não soubesse oque aconteceu com Max e Erick.
Oque sera que aconteceu durante a missão de Max?
curioso?
Então nao deixe de visitar o blog gibão limão
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