PRÓLOGO
O saguão principal da corporação encontrava-se cheio.
Alguns agentes uniformizados se misturavam a outros civis bem vestidos. Estava sendo realizado o enterro do agente Erick Lambertt, morto em combate na ultima missão da equipe antiterrorismo liderada por Max Simon durante um ataque à base rebelde em que se encontravam.
Um caixão encontrava-se no saguão sob a bandeira dos Estados Unidos da America - país de origem de Erick – e um arranjo de flores.
O comandante Max Simon discursava sobre o agente de forma comovente e singela aos presentes.
- Erick era antes de tudo um amigo – dizia Max com a voz pesada – Um amigo para mim, para Chang, para Sarah e para todo mundo. Por pior que fosse a situação sempre nos fazia rir com seus comentários fora de hora, seu senso de humor e ousadia.
Enquanto falava um slide de fotos do agente passava ao fundo. As fotos mostravam um rapaz de feições jovens, cabelos castanhos e rebeldes e algumas sardas pelo rosto. Erick completaria vinte e seis anos no fim do ano.
Max continuou seu discurso por mais algum tempo, lembrando dos bons momentos que tivera com o agente, chegou a um ponto em que não consegue conter a emoção e deixou o discurso pela metade sentando-se ao lado da comandante Sarah Jones que o recebeu com um abraço forte.
O coronel Samuel Pontes, diretor da Corporação Nexus após um breve discurso sobre o agente passou a palavra para o comandante Richard Lambertt – irmão mais velho de Erick – que demorou-se um tempo olhando as fotos antes de iniciar seu discurso.
O capitão Chang Wong, amigo e mestre de Erick, fitava as fotos com lagrimas nos olhos, depois lançou um olhar para o caixão vazio a sua frente, o enterro era apenas simbólico, o corpo foi enterrado junto com os outros rebeldes mortos naquele dia pelos mercenários de Salazar Russel a mando de uma poderosa companhia local.
Por alguns segundos viu-se de novo no mesmo local em que perdera o amigo, pode ouvir o som do tiro fatal que atravessaria o estomago de Erick, a expressão de pavor que tomou conta do jovem agente, tudo aquilo ainda era muito nítido para Chang, afinal, passara-se pouco mais de um mês desde o suposto fim dessa missão.
Balançou a cabeça tentando se livrar daquela visão terrível que tomara conta da sua mente, seus olhos voltaram-se por um instante para a tela de fotos que no momento passava a primeira foto tirada com o amigo.
Richard Lambertt terminou seu discurso despedindo-se do irmão olhando para cima.
- Sei que esta em um lugar melhor mano – disse saindo do palanque.
O caixão foi carregado para fora do saguão por Max, Chang, Richard e um agente de ombros largos, rosto pontudo e longos cabelos cor de fogo, era o sargento Sidney Thompson, amigo confidente de Richard.
Tanto Max quanto Chang sentiram o olhar de Richard pesar sobre suas cabeças. Olhou para Chang que retribuiu com um olhar de espanto. Ficou pensando sobre isso, mas resolveu deixar de lado.
Ao final da tarde. Max se encontrou com os membros de sua equipe no alojamento da corporação.
- Que dia meu deus do céu – exclamou Max exausto jogando-se num sofá a sua frente. – Sentiremos saudades amigo.
Olhou para um quadro grande com sua foto que tinham pendurado na parede.
Dali permaneceram em silencio por muito tempo.
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